quarta-feira, 28 de outubro de 2009

RADIOTERAPIA

O que é radioterapia

A radioterapia é o uso médico de radiação ionizante como parte do tratamento do câncer para controlar células malignas. Radioterapia pode ser usada como tratamento paliativo (quando a cura não é possível e o objetivo é controle local da doença e alívio dos sintomas) ou como tratamento terapêutico (quando a terapia pode ser curativa). Radioterapia também tem aplicações em condições não-malignas, porém seu uso nesses casos é limitado em parte pelas preocupações sobre o risco de câncer induzido por radiação. Radioterapia pode ser utilizada como terapia principal no tratamento do câncer. Também é comum combinar radioterapia com cirurgia, quimioterapia, terapia hormonal ou alguma mistura dos três. Os tipos mais comuns de câncer podem ser tratados com radioterapia de alguma forma.

Mecanismo de ação da radioterapia

A radioterapia funciona danificando o DNA das células. As células cancerosas se reproduzem mais, porém têm menor capacidade de reparar danos comparadas à células sadias. O dano ao DNA é herdado através da divisão celular, acumulando os danos a outras células cancerosas, fazendo elas morrerem ou reproduzirem mais lentamente. Uma das principais limitações da radioterapia é que as células de tumores sólidos ficam deficientes em oxigênio, o que as torna mais resistentes aos efeitos da radiação, uma vez que oxigênio torna os danos ao DNA permanentes.

Efeitos colaterais da radioterapia

A radioterapia não provoca dor por si mesma. Muitos tratamentos paliativos de baixa dose causam efeitos colaterais mínimos. Tratamentos com doses mais altas causam vários efeitos colaterais durante o tratamento (efeitos colaterais agudos), nos meses ou anos seguintes ao tratamento (efeitos colaterais de longo prazo) ou depois de repetir o tratamento (efeitos colaterais cumulativos). A natureza, gravidade e duração dos efeitos colaterais depende dos órgãos que receberam a radiação, do tipo de tratamento, e do paciente. A maioria dos efeitos colaterais é previsível e esperado. Efeitos colaterais da radiações geralmente são limitados à área do organismo sob tratamento.

Efeitos colaterais agudos da radioterapia

* Danos às superfícies epiteliais como pele, mucosa oral, da faringe, e dos intestinos, urotélio, etc. As taxas de danos e recuperação variam. Tipicamente a pele começa a ficar rosada e ferida com várias semanas de tratamento. A reação pode ficar mais severa durante o tratamento e até1 semana depois do final da radioterapia, e a pele pode rasgar. Embora isso possa ser desconfortável, a recuperação é geralmente rápida. As reações da pele tendem a ser piores em áreas com dobras naturais, como abaixo do seios femininos, atrás da orelha e na virilha.

Similarmente, os revestimentos da boca, garganta, esôfago e intestinos podem ser danificados pela radioterapia. Se a cabeça e pescoço forem tratados, feridas e ulceração temporárias ocorrem comumente na boca e garganta. O esôfago também pode ficar ferido se for tratado diretamente ou receber dose de radiação colateral durante o tratamento de câncer de pulmão.

O intestino inferior pode ser tratado diretamente pela radioterapia (tratamento de câncer no reto ou no ânus) ou pode ser exposto pelo tratamento de estruturas pélvicas (próstata, bexiga, trato genital feminino). Sintomas típicos são feridas, diarréia e náusea.

* Inchaço. Como parte da inflamação geral que ocorre, inchaço dos tecidos moles pode causar problemas durante a radioterapia. Essa é uma preocupação durante o tratamento de tumores e metástases no cérebro, especialmente onde há pressão intracranial pré-existente ou onde o tumor estiver causando obstrução quase total de um lúmen (traquéia ou brônquios). Nestes casos, intervenção cirúrgica deve ser considerada antes do tratamento com radioterapia. Caso a cirurgia seja inapropriada, o paciente pode receber esteróides durante a radioterapia para reduzir o inchaço.

* Infertilidade. Os ovários e testículos podem ser bem sensíveis à radiação. Eles podem não ser capazes de produzir gametas depois da exposição à doses mais normais de tratamento com radiação.

Efeitos colaterais a médio e longo prazo da radioterapia

* Fibrose. Tecidos que receberam radiação tendem a ficar menos elásticos com o tempo.

* Perda de cabelos. Esse efeito é mais pronunciado em pacientes que receberam radioterapia no cérebro. Diferente da queda de cabelos decorrente da quimioterapia, a da radioterapia tem maior probabilidade de ser permanente, porém tem mais chances de ser limitada à área tratado pela radiação.

* Secura. As glândulas salivares uma dose de tolerância menor que de a dose de radiação empregada nos tratamentos mais radicais de câncer na cabeça ou pescoço. Boca seca e olhos secos podem ser problemas de longo prazo irritantes e reduzem a qualidade de vida do paciente. Similarmente, glândulas sudoríparas na pele tratada tendem a parar de funcionar, e a naturalmente úmida mucosa vaginal fica geralmente seca depois de irradiação pélvica.

* Fadiga. A fadiga está entre os sintomas mais comuns da radioterapia, e pode variar de alguns meses a anos, dependendo do tratamento e do tipo de câncer. Falta de energia, atividade reduzida e sensação de cansaço são sintomas comuns.

* Câncer. A radiação é uma causa potencial de câncer. O câncer secundário acontece em uma pequena minoria de pacientes, geralmente muitos anos depois do tratamento com radiação. Na grande maioria dos casos, o risco é fortemente suplantando pelos benefícios do tratamento do câncer primário.

Efeitos colaterais cumulativos da radioterapia

Os efeitos cumulativos da radioterapia não devem ser confundidos com os de longo prazo --- quando os efeitos de curto prazo desapareceram e os de longo prazo são subclínicos, o retorno do tratamento com radiação ainda pode ser problemático.

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